Atualizado no dia 20/03/2011 18h02
Palmeiras 'duas caras' começa bem, mas cede empate ao São Caetano
Verdão tem 30 minutos muito bons no primeiro tempo, mas cai de produção, comete erros e sai do ABC com 1 a 1 no placar. Azulão quase vira no fim
Os primeiros 30 minutos do Palmeiras contra o São Caetano foram de empolgar: time entrosado no ataque, sufocando o adversário e saindo em vantagem no placar. Depois, porém, erros na defesa e chances desperdiçadas lá na frente permitiram a reação do Azulão e o empate por 1 a 1 neste domingo, no Anacleto Campanella. Com o resultado, o Alviverde foi a 29 pontos, dois a menos que o Corinthians.
O time de Luiz Felipe Scolari jogou bem no início, mas sofreu com problemas recorrentes na segunda etapa e não conseguiu repetir a bela atuação da goleada por 4 a 0 sobre o Uberaba, na quarta-feira passada. O Azulão, por sua vez, soube aproveitar o dia pouco inspirado do rival para ao menos garantir um pontinho. Agora, o time do ABC vai a 17 na tabela, mas permanece longe do G-8.
Na próxima rodada, o Palmeiras pega o Linense na Arena Barueri, quarta-feira, às 19h30m (de Brasília). O São Caetano recebe o Bragantino também na quarta, às 17h, no Anacleto Campanella.
Inversão de papeis
Normalmente, a defesa do Palmeiras sofre pouco na marcação, enquanto o ataque precisa criar inúmeras oportunidades para fazer um gol. No Anacleto, a situação foi um pouco diferente no primeiro tempo, com o setor ofensivo criando muito e a defesa perdendo todas as disputas em bolas aéreas.
A opção de Luiz Felipe Scolari por escalar três atacantes surtiu efeito graças à constante movimentação do setor formado por Kleber, Luan e Adriano. O Palmeiras conseguiu confundir a marcação do São Caetano e abrir espaços pelas laterais, permitindo assim a chegada dos homens de meio de campo. A cada ataque, o Verdão subiu com cinco, seis, às vezes até sete jogadores depois da intermediária.
O resultado veio logo aos cinco minutos. Aproveitando falha da marcação, Marcos Assunção fez longo lançamento procurando Kleber. O lateral Artur, enquanto olhava para a bola no alto, atropelou o Gladiador: pênalti marcado por Guilherme Ceretta de Lima. Os jogadores do Azulão reclamaram, alegando se tratar apenas de um esbarrão. Na cobrança, Kleber colocou a bola no canto esquerdo de Luiz e abriu o placar.
O São Caetano demorou a se encontrar no jogo. Enquanto isso, o Verdão seguia aproveitando as brechas pelas pontas, principalmente com Cicinho na direita. Na melhor jogada, o camisa 2 rolou para Marcos Assunção, que chutou da entrada da área e exigiu grande defesa de Luiz. Em outra bela subida do ataque, com nada menos do que seis palmeirenses próximos à área, Adriano recebeu sozinho de Luan, mas chutou nas arquibancadas do Anacleto Campanella.
Tudo corria muito bem, mas bastou um leve relaxamento da equipe para o São Caetano começar a pressionar, sempre em bolas alçadas na área. Na primeira, Deola fez milagre em cabeçada de Jean. Minutos depois, a trave salvou o Verdão em um voleio de Eduardo na pequena área. No lance seguinte, não teve jeito. Aos 35, Walter Minhoca cobrou escanteio na cabeça de Artur, que se redimiu do pênalti cometido e empatou a partida. Mesmo sendo um dos mais altos do time da casa, com 1,83m, o lateral subiu sem marcação no lance. Marcos Assunção era quem deveria estar com Artur.
Cabeça quente
O bom futebol do Palmeiras ficou nos vestiários. Bem mais contido em campo com a entrada de Tinga no lugar de Adriano, o time teve dificuldades em furar a defesa do Azulão. Do outro lado, o time de Ademir Fonseca enxergou a possibilidade de vitória e passou a marcar no campo de ataque, tentando roubar a bola e engatar um contragolpe.
No entanto, o excesso de jogadas duras e o pavio curto dos atletas acabaram prejudicando as duas equipes. Em um entrevero antes de cobrança de falta do Palmeiras, Thiago Heleno empurrou Aílton. Tomando as dores do companheiro, o zagueiro Anderson Marques levou a mão ao pescoço do palmeirense. Resultado: Anderson e Thiago expulsos.
Com mais espaços para atacar, o Palmeiras até esboçou uma pressão, mas esbarrou no problema que já é recorrente: o desperdício de oportunidades. Primeiro com Kleber, depois com Gabriel Silva, o time perdeu duas chances claras de fazer 2 a 1.
A cabeça quente da equipe contagiou a torcida, que se irritava a cada lance perdido. Um jogo depois de ter feito dois gols e ajudado o Verdão a eliminar o Uberaba na Copa do Brasil, Luan deixou o campo vaiado pelos palmeirenses. A apreensão aumentou quando o Azulão pressionou e quase virou o jogo. Se não fosse uma defesa salvadora de Deola em cabeçada de Luciano Mandi, a tarde poderia ter sido ainda pior para o Palmeiras.
Luiz, Jean Rolt, Anderson Marques e Thiago Martinelli; Artur, Augusto Recife, Aílton (Henrique Dias), Walter Minhoca (Kleber) e Bruno; Antônio Flávio (Luciano Mandi) e Eduardo | Deola, Cicinho (Chico), Danilo, Thiago Heleno e Gabriel Silva; Márcio Araújo, Marcos Assunção e Patrik; Luan, Kleber e Adriano (Tinga) |
Técnico: Ademir Fonseca | Técnico: Luiz Felipe Scolari |
Gols: Kleber, aos 6, Artur, aos 35 do primeiro tempo | |
Cartões amarelos: Artur, Thiago Martinelli, Jean Rolt, Augusto Recife, Henrique Dias (SCA); Luan (PAL). Cartões vermelhos: Anderson Marques (SCA) e Thiago Heleno (PAL) | |
Estádio: Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul (SP). Data: 20/03/2011. Árbitro: Guilherme Ceretta de Lima. Auxiliares: Carlos Barbosa de Oliveira e Carlos Alberto Funari. Público: 9.527 pagantes. Renda: R$ 275.800,00.
Destaque, Deola mostra humildade: ‘Goleiro está aí para defender’Camisa 22 salva o Palmeiras no empate por 1 a 1 contra o São Caetano, tem o nome gritado pela torcida e valoriza ponto conquistado fora de casaEm uma tarde não tão boa para o Palmeiras, o goleiro Deola foi o mais ovacionado pela torcida no empate por 1 a 1 com o São Caetano, neste domingo, no Anacleto Campanella. Muito exigido nos minutos finais, o camisa 22 suportou a pressão do Azulão e evitou a derrota palmeirense – seria apenas a segunda do time na temporada. No fim do jogo, os pouco mais de 9 mil torcedores presentes não tiveram dúvidas: gritaram muito o nome do goleiro. Depois do jogo, ele agradeceu à torcida pelo reconhecimento e valorizou o empate fora de casa. - É bom ter o trabalho reconhecido. Hoje a torcida gritou meu nome, quarta-feira foi o do Kleber. A torcida está reconhecendo. A gente entra pra ganhar sempre, mas não é todo jogo que consegue. Valeu pelo ponto fora de casa e ainda seguimos fortes na briga – ressaltou. A principal defesa veio aos 43 da segunda etapa. Após um cruzamento da direita, Luciano Mandi subiu mais do que a defesa e cabeceou com força, quase na pequena área. No reflexo, Deola voou no canto direito e espalmou para escanteio. Para o camisa 22, não foi nada mais que sua obrigação. Hoje a torcida gritou o meu nome, quarta-feira foi o do Kleber"
Deola
- Goleiro está aí para defender. Mesmo nas bolas mais fracas, tem de ter tranquilidade, não pode errar. Eu estava sempre atento e pude fazer a defesa – comemorou o goleiro. Por outro lado, o ataque perdeu oportunidades mais uma vez. Jogo após jogo, o time vem enfrentado este problema: desperdiça muitas chances antes de fazer um gol. O atacante Kleber, autor do gol palmeirense, reconheceu a dificuldade, mas também analisou o bom futebol apresentado pelo São Caetano, que complicou a vida do setor ofensivo palmeirense. - O time teve oportunidades, mas o gol não saiu. O jogo foi bom. O time do São Caetano é bem montado, tem jogadores qualificados e vai continuar dando trabalho aos grandes – disse Kleber. O Palmeiras já retorna a campo na próxima quarta-feira, contra o Linense, na Arena Barueri. A partida começa às19h30m (de Brasília).
Perto do retorno, Pierre supera dramas para voltar aos gramadosVolante está em fase final de recuperação da cirurgia no pé direito e já ensaia retorno em um mês. Durante tempo parado, ele sofreu com doresPierre voltou a fazer trabalhos físicos nesta sexta
(Foto: Piervi Fonseca / Ag. Estado) Um dos principais ídolos da torcida palmeirense na atualidade está perto de retornar aos gramados. Praticamente recuperado de uma fascite plantar (inflamação na sola do pé) no pé direito, o volante Pierre vai voltar a correr em campo na segunda-feira e deve estar pronto para jogar em um mês. Uma vitória e tanto para ele, que vem sofrendo com o problema desde o meio do ano passado. O tratamento clínico não resolveu e Pierre teve de passar por cirurgia em janeiro. O alívio está estampado no rosto do jogador, que conviveu com dores quase insuportáveis nos últimos oito meses. - Era uma dor muito grande. Passei oito meses convivendo com ela. Eram muitas infiltrações, injeções, e às vezes eu acordava e não conseguia pisar com o pé no chão. Foi por causa disso que meu rendimento caiu e acabei perdendo espaço. Chegou uma hora que não deu e eu tive de fazer a cirurgia. Foi um misto de alívio com tristeza – diz o volante. Bastante identificado com o Palmeiras, Pierre é um dos mais antigos da casa (veja trajetória na linha do tempo abaixo). Mesmo há tanto tempo parado, ele não é esquecido pela torcida e recebeu mensagens de apoio desde que parou para se recuperar. Animado com a proximidade do retorno, o volante mostra que está disposto a ajudar o clube. - Quero jogar logo, a ansiedade é muito grande. Foram meses muito difíceis, mas encontrei muito apoio e agora só penso na volta – disse. |